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Marcelo Rebelo de Sousa quis deixar uma palavra de apoio aos jornalistas no dia em que cumprem a primeira greve geral dos últimos 40 anos, com concentrações em várias cidades do país, como Coimbra, Lisboa, Porto, Ponta Delgada e Faro. O Presidente da República deixou uma mensagem no site da Presidência em que sublinha papel dos jornalistas na Democracia.

“Na sequência das declarações que tem feito sobre a importância da Comunicação Social, o Presidente não quer deixar de sublinhar de novo, neste dia, o papel fundamental do jornalismo e de jornalistas livres e independentes na nossa Democracia”, pode ler-se na mensagem, onde Marcelo acrescenta ainda a necessidade de “órgãos de comunicação social fortes, com titulares plenamente conhecidos com toda a transparência, profissionais respeitados e dignificados”, pois “onde não há comunicação social forte, não há democracia forte”.

As palavras presidenciais surgem já depois do último balanço do sindicato dos jornalistas que falam de uma adesão em larga escala, com quase 40 redações totalmente paradas devido à greve.

Vários outros líderes partidários tinham já manifestado apoio aos jornalistas. No caso do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo não quis mesmo prestar declarações aos jornalistas no final da audiência com o Presidente da República — que está a ouvir um partido por dia na sequência das legislativas de domingo passado —, por respeito à greve.

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Antes, Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos e Mariana Mortágua tinham feito posts nas redes sociais. A líder do Bloco de Esquerda esteve presente na concentração de jornalistas que teve lugar esta quinta-feira no Largo de Camões, em Lisboa.

De manhã, em declarações à Rádio Observador, Luís Simões lembrou a inflação e assinalou que os jornalistas continuam a “perder poder de compra”. “Nós continuamos a dizer que a nossa profissão é paixão e temos uma espécie de salário emocional e achamos que devemos aceitar estas condições de trabalho, mas não podemos aceitar”, sublinhou o presidente do Sindicato dos Jornalistas.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas, Luís Simões, adiantou à Rádio Observador que, nas primeiras horas, notava “excelentes indícios” e uma “adesão muito elevada” no que diz respeito à greve dos jornalistas marcada para esta quinta-feira, a primeira em 40 anos.

Numa luta contra salários baixos, horários longos e precariedade, Luís Simões salientava que esta greve era um “grito de alerta” numa realidade em que a “precariedade é superior do que em qualquer outra atividade”. “Os salários são baixos, o jornalista não progride na carreira e é um momento de dizermos que os jornalistas têm de ser recompensados de outra forma”, afirmou o presidente do Sindicato dos Jornalistas.

9h. Sindicato dos Jornalistas prevê adesão elevada ao protesto

No Porto, em declarações ao Observador, Augusto Correia, jornalista do Jornal de Notícias e dirigente sindical, diz que está a ser passada uma mensagem de força por parte dos jornalistas.

Na manifestação que está a decorrer no Porto, o jornalista defende que tudo tem corrido da melhor forma e que há um sentimento de união em crescendo entre jornalistas de diferentes órgãos de comunicação social, destacando o impacto que a greve dos jornalistas tem tido ao longo do dia.

Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, em declarações ao Observador, mostrou-se igualmente solidário com “uma classe profissional que é muito importante para o país” e diz que é impossível “imaginar um país democrático e livre sem jornalistas” defendendo que há uma crise na comunicação social que “já não vive dos recursos tradicionais” para o seu financiamento.

O autarca criticou ainda a impossibilidade da Câmara Municipal “contratualizar com os jornais da cidade porque chega a um determinado montante e não o pode fazer”. Rui Moreira destaca ainda que “há editais que conseguimos fazer chegar à população via digital mas há muitas pessoas que são infoexcluídas que ainda lêem os jornais”.