O Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos (SITEU) anunciou esta segunda-feira uma greve, entre 21 de dezembro e 2 de janeiro de 2024, para exigir paridade com a carreira técnica superior da Administração Pública.

Em declarações à agência Lusa, a presidente do SITEU, Gorete Pimentel, explicou que o que está em causa é o aumento de 52 euros, igualando os 1.333,35 euros que os técnicos superiores da Administração Pública recebem a partir do nível 16.

“Os enfermeiros iniciam no nível 15, que são 1.280,72 euros do valor de início de carreira. (…) São 52 euros de diferença. (…) Nós só queremos equiparação, queremos paridade. Por isso, a greve de paridade, porque nós sempre tivemos o nosso salário regulado pelo salário dos técnicos superiores da Administração Pública”, afirmou.

Segundo Gorete Pimentel, trata-se de “uma desconsideração” e os enfermeiros sentem-se humilhados.

“Nós somos licenciados, mestrados, doutorados. Somos uma carreira profissional com nível de dificuldade três e não há motivo nenhum para que os enfermeiros estejam a ser humilhados a nível salarial em comparação com outras carreiras. (…) É uma questão de dignidade. Não têm de nos estar a inferiorizar”, disse.

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Questionada sobre as conversações que foram ocorrendo com o Ministério da Saúde, a dirigente sindical disse que chegou a enviar e-mails à tutela “a reclamar a situação da paridade”.

Sempre nos disseram que até ao final do ano que isso ia estar resolvido e agora dizem que, com a demissão do Governo, não vão fazer. Só que o país não fica sem gestão. Nós não ficamos ao Deus dará. (…) Não estamos a exigir a lua nem nada de outro mundo”, acrescentou.

Na semana passada, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) anunciou que vai entregar uma moção na residência oficial do primeiro-ministro.

Sindicato dos Enfermeiros Portugueses pede paridade com carreira técnica superior

A dirigente sindical Guadalupe Simões disse à Lusa, na ocasião, que a moção será entregue durante uma concentração de protesto, com o SEP a considerar que o Governo “teima em discriminar” os enfermeiros.

O SEP reclama a paridade desde o início de 2022 e acusa o Ministério da Saúde de protelar a negociação.