Descrição de chapéu greve

Professores decidem suspender greve na USP

Entidade que representa os docentes reafirma apoio ao movimento; alunos fazem assembleia nesta quarta (11)

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São Paulo

Após a realização de assembleia nesta terça-feira (10), integrantes da Adusp (Associação de Docentes da Universidade de São Paulo) decidiram, por maioria, suspender a greve na USP.

A paralisação dos alunos continua, em protesto contra a falta de professores na universidade. Uma assembleia dos estudantes para decidir sobre a manutenção ou não da greve está marcada para esta quarta (11).

Os professores reafirmaram apoio ao movimento estudantil e decidiram que a mobilização continuará, por exemplo, com a divulgação de dados sobre a perda de docentes na universidade.

Carteiras empilhadas no prédio da Matemática na USP - Danilo Verpa - 28.set.2023/Folhapress

Em carta enviada à reitoria da USP, a Adusp também pede que não haja retaliação por adesão à paralisação.

"Reafirmamos o apoio ao movimento e às pautas das e dos estudantes, e consideramos essencial que não haja qualquer tipo de retaliação pela adesão e defesa da greve", diz o documento.

Também foi decidido que os professores farão uma campanha para "denunciar a política de contratação docente que implica concorrência entre unidades, departamentos e/ou grupos de docentes".

"A assembleia geral da Adusp chama a atenção do conjunto do corpo docente da universidade para as graves consequências da política de competição entre unidades por claros docentes, implantada por meio dos mal chamados 'editais de mérito'", diz nota divulgada pela Adusp.

ALUNOS EM GREVE

Questionado sobre a possibilidade de a suspensão da greve pelos docentes indicar que os estudantes podem deliberar da mesma forma, Davi Bomfim, um dois um diretores do movimento, diz que ainda há muitas posições divergentes entre os grevistas.

"Só vamos conseguir ter uma posição amanhã", disse Bomfim, que é formado em ciências sociais pela USP.

A exceção fica por conta dos alunos da Escola Politécnica, que aprovaram o fim da greve na unidade na última sexta (6). A decisão foi tomada depois que a reitoria propôs contratar 148 professores temporários, a serem distribuídos aos cursos mais necessitados.

A paralisação começou no dia 18 de setembro. Os estudantes sintetizam suas demandas em cinco eixos: contratação de professores; aumento de auxílio para permanência estudantil; melhoras estruturais na USP Leste; promoção de vestibular indígena; e valorização dos direitos estudantis.

A admissão de novos docentes é o tema mais debatido, e neste ponto são feitas três exigências:

  • Retorno do gatilho automático para a contratação de professores: hoje, quando um professor morre, é exonerado ou se aposenta, não há reposição automática da vaga; os alunos cobram o retorno desse mecanismo para as vagas serem respostas;
  • Número mínimo de educadores (1.683) para garantir o funcionamento dos cursos;
  • Fim do edital de excelência ou mérito: para os estudantes, esse critério é absolutamente injusto e não destina novas vagas para as unidades que precisam de professores.
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