Um consórcio nacional, ao qual poderá juntar-se o empresário Germán Efromovich, poderá juntar-se à corrida pela privatização da TAP. Segundo a edição desta quinta-feira do Jornal de Negócios, é Diogo Lacerda Machado, ex-administrador da companhia e conhecido por ser amigo próximo e ex-consultor de António Costa, que dá a cara pela iniciativa.

O jornal cita “fontes conhecedoras” do processo e o próprio Lacerda Machado, que admite já ter sido abordado por  “candidatos interessados na companhia aérea”, sem mais detalhes. O mesmo jornal refere que a este consórcio poderá juntar-se outro empresário bem conhecido nos meandros deste tipo de processos. German Efromovich, dono da companhia de aviação colombiana Avianca, poderá participar no processo.

A confirmar-se, não será a primeira vez que Efromovich tentará adquirir a companhia portuguesa. A primeira investida aconteceu em 2012 e a segunda em 2015, no processo que acabou por ser ganho por David Neeleman e Humberto Pedrosa.

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O mesmo jornal refere que o empresário Mário Ferreira, presidente do grupo Mystic Invest, CEO da DouroAzul e proprietário da maior acionista da Media Capital também poderá ter sido sondado. Lacerda Machado é administrador da Mystic Invest.

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Diogo Lacerda Machado afirmou na comissão de inquérito à TAP, em maio, ter recebido abordagens de interessados na compra da TAP que não aceitou, sem descartar a possibilidade. “Não excluo envolver-me se achar que posso ser útil à TAP” e “desde que não haja conflito de interesses”, afirmou então perante os deputados.

Ainda na comissão de inquérito,Humberto Pedrosa, ex-acionista da TAP, também admitiu a hipótese de um consórcio nacional de empresários se juntar para comprar a companhia. Disse estar disponível para voltar a investir se surgisse um grupo de empresários nacionais que tivesse disponibilidade para comprar a TAP, num modelo em que a transportadora se mantivesse como uma empresa de referência autónoma.

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Já em julho, o Presidente da República mencionou a existência de “muitas candidaturas” à privatização da companhia, inclusive de uma que junta empresários portugueses e estrangeiros.

O processo de privatização da TAP deverá arrancar oficialmente em setembro. Em julho, a Parpública, empresa do Estado que gere participações sociais, contratou a auditora Ernst & Young (EY) e o Banco Finantia, banco de investimento português, para promover as duas avaliações independentes necessárias para arrancar o processo. Entre os interessados na privatização da companhia estão a Air France – KLM e a IAG, dona da British Airways e da Iberia.

Marcelo indica que existem “muitas candidaturas” à TAP e até está a ser formado um grupo com portugueses