O presidente da Câmara, Kevin McCarthy, disse que espera falar com o presidente americano, Joe Biden, sobre os trâmites para evitar um calote catastrófico da dívida dos EUA. As negociações aparentemente permanecem em um impasse, e fontes da Casa Branca indicaram que McCarthy e Biden devem manter um encontro nessa segunda-feira (22).
O republicano McCarthy reiterou sua oposição ao aumento da receita e disse que Biden assegurou a ele que não promoveria aumento de impostos. Ele agora inverteu o curso, disse McCarthy.
“Temos 11 dias pela frente”, disse McCarthy a jornalistas, nesse domingo (21), conclamando a Biden e outros democratas a serem “sensatos quanto a isso”.
A secretária do Tesouro, Janet Yellen, reiterou no domingo que as chances de os EUA pagarem todas as suas contas até meados de junho são “bastante baixas”. “Parece que ele [Biden] quer um calote mais do que um acordo”, disse McCarthy, em entrevista à "Fox News".
No Japão, Biden disse a repórteres no domingo que propôs cortar gastos e que o ônus agora é dos republicanos mudarem suas demandas. O presidente insistiu que não concordará com um acordo que proteja os incentivos fiscais para ricos e indústrias farmacêutica e de combustíveis fósseis, enquanto corta o financiamento da saúde e da educação. “Muito do que eles já propuseram é simplesmente, francamente, inaceitável”, disse Biden.
Uma fonte disse que o Partido Republicano ainda busca um grande aumento nos gastos com defesa no próximo ano, algo que aprofundaria os cortes nos serviços sociais. Os democratas exigiram que a defesa, que representa cerca de metade de todos os gastos discricionários federais, não fique fora dos cortes.
McCarthy disse que Biden está exigindo aumentos de impostos — principalmente por meio do fim dos incentivos fiscais — depois de concordar em mantê-los fora da mesa. Ele também afirmou que os republicanos fizeram concessões, mas não especificou quais seriam elas.
O deputado republicano Patrick McHenry, um dos principais assessores de McCarthy, disse estar pessimista sobre o status das negociações. Não há planos para as equipes de negociação da Casa Branca e do Partido Republicano se encontrarem, disse ele. O custo do seguro da dívida dos EUA, com o risco de inadimplência, disparou nas últimas semanas.
Um calote dos EUA também causaria grande dor à economia global, com previsões de perdas de empregos e custos de empréstimos mais altos. Isso colocou o impasse em Washington na pauta dos colegas de Biden na cúpula dos países de economia mais desenvolvidas no Japão, nos últimos dias.
“É definitivamente um assunto de interesse aqui no G-7”, disse o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, a repórteres no sábado. “Os países querem ter uma noção de como essas negociações vão se desenrolar.”