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Por Valor, Agências internacionais — São Paulo


O ex-presidente dos EUA Donald Trump foi indiciado nesta quinta-feira (30) em Nova York por direcionar ilicitamente fundos de sua campanha eleitoral de 2016 para pagamentos secretos a uma estrela pornô. Com isso, torna-se o primeiro ex-líder americano a responder a um processo criminal — um abalo em sua tentativa de retornar à Casa Branca em 2024.

Segundo a acusação — cujo teor foi divulgado por fontes ligadas ao processo e confirmada por Joe Tacopina, advogado do ex-presidente —, Trump ordenou a seu assessor Michael Cohen que pagasse US$ 130 mil à atriz Stormy Daniels para que ela mantivesse silêncio sobre um suposto relacionamento entre os dois em 2006. A suspeita da promotoria é que, posteriormente, Trump reembolsou o gasto do suborno como despesa de campanha não declarada.

Com o indiciamento, Trump pode ser preso nos próximos dias e algumas fontes indicam que seus advogados negociam a apresentação ao tribunal. Ele, no mínimo, será constrangido a colocar suas digitais numa ficha criminal, mas não será impedido de concorrer nas eleições de 2024. Trump vai disputar as primárias republicanas com outros pré-candidatos, como o governador da Flórida, Ron DeSantis, e a ex-embaixadora na ONU Nikki Haley.

Logo após a notícia do indiciamento vir a público, Trump divulgou um comunicado qualificando o processo liderado pelo promotor distrital de Manhattan Alvin Bragg de liderar uma farsa para tirá-lo da disputa política de 2024. “Isso é uma perseguição política e interferência eleitoral no mais alto nível da história”, disse o ex-presidente. “Desde o momento em que desci a escada rolante dourada da Trump Tower, e mesmo antes de ser empossado como presidente dos EUA, a esquerda radical democrata — inimiga dos homens e mulheres trabalhadores deste país — estão engajados em uma caça às bruxas para destruir o movimento Make America Great Again [Maga, como é conhecido o movimento liderado por Trump]”, prosseguiu.

“Os democratas mentiram, trapacearam e roubaram em sua obsessão em tentar ‘pegar Trump’, mas agora eles fizeram o impensável — indiciar uma pessoa completamente inocente em um ato de flagrante interferência eleitoral”, afirmou, acusando o promotor Bragg de ter sido “financiado e escolhido a dedo por George Soros”.

Clark Brewster, advogado de Stormy Daniels, por seu lado, disse que sua cliente espera que “a verdade e a justiça prevaleçam”.

Há semanas, Trump pedia a seus partidários que protestassem nas ruas ante a possibilidade de ele ser preso. Alguns analistas estimam que isso daria ao ex-presidente a possibilidade de sustentar as alegações de que ele tem sido vítima de uma perseguição judicial por parte do “Estado profundo” e da esquerda mundial.

Líderes republicanos, incluindo DeSantis, chegaram a se manifestar publicamente contra o que chamaram de “vingança política” contra Trump, enquanto seguidores do ex-presidente se posicionaram por dias na frente da sede do tribunal e no edifício Trump Tower, em Nova York, para protestar contra os juízes.

As acusações no distrito de Manhattan ocorrem ao mesmo tempo em que Trump enfrenta uma investigação do promotor de Atlanta, na Geórgia, sobre sua tentativa de anular sua derrota nas eleições de 2020 no Estado. O ex-presidente também enfrenta a investigação de um procurador especial federal sobre a invasão do Congresso em 6 de janeiro de 2021 e sua manipulação de documentos de propriedade do governo que ele levou para a Flórida após deixar a Casa Branca.

Apesar dos três casos estarem em andamento, pesquisas mostram que a “base dura” de Trump — composta por cerca de 30% do eleitorado republicano — apoia o candidato, de 76 anos, não importa o que aconteça.

“A arrecadação de fundos de Trump vai explodir”, disse Ron Bonjean, estrategista republicano em Washington. “Indiciamentos percebidos com motivação política causarão um grande aumento nas doações para Trump”, afirmou. Mesmo antes do indiciamento, a campanha de Trump havia dito que arrecadou US$ 2 milhões em doações populares logo depois de Trump dizer que poderia ser preso.

Donald Trump — Foto: Julia Nikhinson/AP
Donald Trump — Foto: Julia Nikhinson/AP
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