Empresas
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE

Por Taís Hirata, Valor — São Paulo


A OEC (ex-Odebrecht Engenharia e Construção) e PowerChina assinaram um convênio, nesta quarta-feira (29), para disputar novos projetos em parceria. O acordo foi firmado por Hector Núñez, presidente da Novonor (ex-Odebrecht) e representantes da estatal chinesa. O executivo participou da comitiva brasileira que viajou à China.

O objetivo é que as companhias participem como sócias em concorrências de grandes obras de infraestrutura no Brasil. A princípio não há a intenção de criar uma plataforma conjunta. As empresas deverão ser parceiras apenas nas Sociedades de Propósito Específico (SPEs) criadas para cada projeto conquistado. Hoje, já há alguns ativos em estudo pelas companhias, afirmou uma fonte de mercado, sem dar exemplos. O foco será apenas em obras, e não concessões de infraestrutura.

As conversas entre OEC e PowerChina tiveram início há mais de um ano. A ideia do acordo é “adiantar” a governança da parceria, diz a fonte. Dessa forma, uma vez que uma concorrência interessante for lançada, as empresas terão mais agilidade para estruturar sua proposta. No mercado de infraestrutura, os grupos estatais chineses são conhecidos por ter uma tomada de decisão bastante lenta.

A construtora do grupo Novonor já vinha buscando sócios para disputar negócios específicos há ao menos dois anos. Quando a estratégia foi anunciada, em 2021, houve rumores de que a companhia estaria à venda — uma hipótese sempre descartada pelos controladores.

Para a OEC, a ideia de atrair sócios se tornou uma necessidade, já que contratos grandes de engenharia demandam um volume elevado de capital, e o grupo ainda enfrenta dificuldade financeira e restrição de acesso a crédito.

A construtora é apontada como o principal veículo de recuperação do grupo Novonor. A empresa ainda está longe do patamar que já ocupou no passado, mas tem conseguido voltar a conquistar negócios e ampliar sua receita. Em 2022, o faturamento da OEC foi de R$ 4,6 bilhões, alta de 65% na comparação com o ano anterior.

A carteira de projetos (“backlog”) também tem se renovado. No ano passado, foram adicionados R$ 6,2 bilhões em novos contratos. Hoje, o estoque de obras da OEC está em R$ 16,9 bilhões (equivalente a cerca de US$ 3,28 bilhões), segundo uma apresentação feita recentemente pela empresa a investidores, ao qual o Valor teve acesso.

A situação da construtora, porém, ainda é difícil. Segundo relatório da Fitch Ratings, “a flexibilidade financeira da OEC continua fraca demais para manter operações e servir a dívida e as multas dos acordos de leniência”.

A agência de risco também destaca que, de 2022 a 2024, a empresa deverá reportar um fluxo de caixa livre negativo médio de R$ 180 milhões por ano, e que a dívida da companhia deverá totalizar R$ 10,8 bilhões em 2022 e R$ 11,7 bilhões em 2023.

A PowerChina (Power Construction Corporation of China) é uma gigante chinesa do ramo de construção, presente em 130 países. No Brasil, a companhia já opera alguns contratos, por exemplo, as obras de extensão da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo e diversos contratos no setor elétrico.

Construção: já há alguns projetos em estudo pelas companhias — Foto: Pawel Szymczuk por Pixabay
Construção: já há alguns projetos em estudo pelas companhias — Foto: Pawel Szymczuk por Pixabay
Mais recente Próxima Assaí pretende eleger 7 membros independentes para o conselho e elevar remuneração

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico

Para Paulo Gonet, a ação direta de inconstitucionalidade movida pela CNI e CNC é referente à análise de normas infraconstitucionais, o que não está ao alcance do STF em uma Adin

PGR defende rejeitar Adin contra isenção de imposto de importação até US$ 50 no Remessa Conforme

Barril do petróleo Brent chegou a subir cerca de 4% após as primeiras notícias sobre o ataque de Israel ao Irã

Ibovespa sobe e dólar cai com expectativa de pagamento de dividendo da Petrobras

Banco Central terá que manter juros elevados e ‘esperar para ver’ os efeitos, segundo presidente distrital

Processo de desinflação está estagnado e será mais difícil prosseguir, diz Golsbee, do Fed

O pedal do acelerador do Cybertruck pode soltar ou prender, causando um aumento de velocidade não intencional e elevando riscos de acidente

Tesla faz recall do Cybertruck por conta de problemas no pedal do acelerador

Credenciadora relança sua conta para pessoa jurídica

Stone prevê que maquininha não será mais principal porta de entrada de clientes

Além da geopolítica e da agenda corporativa, os agentes seguem com a política monetária no radar

Bolsas de NY operam sem direção definida com tensão no Oriente Médio e balanços

Há a possibilidade de as duas redes para pets manterem os seus nomes assim como no caso da RD

Petz e Cobasi querem ser nova Raia Drogasil; aprovação do Cade levará até um ano

Julgamento havia sido retomado nesta sexta-feira no plenário virtual; os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes haviam se posicionado antes de o caso ser interrompido

Dino apresenta destaque e ação sobre bloqueio de aplicativos de mensagem será levada ao plenário

O diretor-executivo para as Américas do grupo Eurasia, Christopher Garman, trata da dimensão do problema que o governo Lula causou ao rever para baixo as metas fiscais dos próximos anos. A análise de Garman é parte da série “O Brasil em 60 segundos”, em mais um vídeo da parceria do Valor com a GZERO Media

Qual o tamanho do problema causado pela redução das metas fiscais?