Agro Por
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE

Por Camila Souza Ramos, Valor — São Paulo

As empresas brasileiras que exportam soja, carne bovina, óleo de palma, café, cacau, madeira, borracha ou mercadorias que contenham esses produtos (como chocolate ou móveis de madeira) para países da União Europeia terão que adotar um sistema de varredura em suas cadeias de fornecimento se quiserem continuar a fazer negócios com o bloco.

LEIA TAMBÉM:

A nova lei de desmatamento da UE, aprovada hoje pelo Parlamento Europeu, barra importações desses produtos e de seus derivados caso eles tenham saído de áreas de florestas que tenham sido derrubadas após 31 de dezembro de 2020, mesmo que o desmate tenha sido feito legalmente.

Respeito às leis

As empresas também terão que garantir que suas mercadorias foram produzidas respeitando as leis locais de proteção aos direitos humanos e dos povos indígenas e as demais leis do país de origem. O cumprimento da regra europeia dependerá em grande medida do local de origem dos produtos.

Prioridade às florestas em pé

A legislação que o bloco aprovou agora prioriza a proteção de florestas em pé. Dessa forma, no caso do Brasil, por exemplo, a lei não barra a importação de produtos oriundos de áreas desmatadas do Cerrado, do Pantanal nem dos Pampas. Ela não veta nem mesmo produtos oriundos de ecossistemas não-florestais que ficam dentro do próprio bioma Amazônia, como algumas áreas de expansão da soja abertas mais recentemente, observa Lisandro Inakake, coordenador de clima e cadeias agropecuárias do Imaflora.

Lista de produtos pode aumentar

Mas a definição sobre as áreas protegidas e a lista de produtos agropecuários submetidos à regra ainda podem mudar no próximo ano. No momento, o Parlamento e o Conselho Europeus ainda têm que adotar a nova regulação. Em seguida, as empresas e traders terão 18 meses para se adaptar às novas leis. As pequenas e micro empresas terão um tempo maior.

Detalhamento da carga

Todas as companhias terão que fornecer informações como tipo de commodity, quantidade, fornecedor, país de produção e até as coordenadas geográficas exatas das fazendas de origem dos produtos que chegam à Europa. As empresas poderão ter que apresentar ferramentas de monitoramento por satélite ou mesmo de análise de DNA para atestar a origem dos produtos.

Em seguida, as empresas terão que utilizar os dados das áreas de origem dos produtos para realizar uma análise de risco de suas cadeias. Por fim, terão que tomar medidas de mitigação de risco.

Classificação de risco dos países

O nível de cobrança de transparência das cadeias de fornecimento dependerá do país a partir do qual a empresa faz o embarque. Nos próximos 18 meses, a UE classificará os países em baixo, médio e alto risco, de acordo com o nível de expansão agrícola dos sete produtos-alvo da legislação, mas o bloco ainda não detalhou os critérios dessa classificação. As exportações dos países com risco mais elevado passarão por um escrutínio maior.

Nos operadores de países que serão classificados como de alto risco, serão checados 9% dos produtos importados. Nos países de médio risco, o nível de checagem será de 3%, e nos de baixo risco, de 1%.

Rastreamento das cadeias

As companhias exportadoras terão que apresentar uma declaração à UE confirmando que realizaram a due diligence de suas cadeias, com os detalhes da origem dos produtos. Elas terão ainda que atestar que seus produtos seguem as novas exigências.

As empresas serão monitoradas e, caso não cumpram as exigências, podem arcar com multas, que podem chegar a 4% do valor de suas transações com a UE. Se a empresa não atender os requisitos, ela será proibida de exportar ao bloco.

Informações centralizadas

A lei será aplicada pelas autoridades de cada Estado-membro da UE, mas haverá um sistema centralizado com as informações sobre as commodities exportadas ao bloco.

Segundo o Parlamento da UE, os custos para as companhias estabelecerem os mecanismos de due diligence serão menores do que os benefícios que a nova regra deve gerar. Em comunicado, o Parlamento afirmou que “não será banido nenhum país nem nenhuma commodity”.

Mais recente Próxima Exportações de carne suína cresceram 18% em novembro

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico

Lago deve permanecer acima dos 4 metros até o início da próxima semana e acima da cota de inundação, de 3 metros, ao menos até o final do mês, devido a possibilidade de mais chuva

Nível do Guaíba recua 12 centímetros em 24 horas para 4,43 metros neste domingo

Categoria pede que indústrias farmacêuticas doem medicações para prevenir essas condições

Médicos alertam para alta de doença respiratória em bebês e crianças pequenas no RS

Gestora comprou ações da Apple, Microsoft e Nvidia e reduziu participação em uma empresa chinesa de veículos elétricos

Bridgewater, de Ray Dalio, amplia aposta em ações de tecnologia dos EUA

Avanço do sistema elétrico brasileiro tem se dado principalmente pela fonte solar, considerando usinas solares de grande porte até pequenos sistemas fotovoltaicos de geração própria em telhados, fachadas e pequenos terrenos

MTR investe R$ 50 milhões em expansão e deve mais que dobrar produção de equipamentos solares

CEO do J.P. Morgan instou os seus colegas banqueiros a pressionarem outros governadores do Federal Reserve, como o presidente, Jerome Powell, para alterarem as regras de capital propostas

Jamie Dimon liderou CEOs de outros bancos para se defenderem de regras de capital mais rígidas

Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base ainda está formulando um diagnóstico final dos impactos na infraestrutura do Estado, mas avaliou que recursos terão que ser alocados, independentemente da situação fiscal

Reconstrução no Rio Grande do Sul deve levar uma década, avalia setor de infraestrutura e indústria de base

Companhia de capital fechado, controlada por Elon Musk, se tornou um dos clubes de investimentos mais exclusivos do mundo

Quer comprar ações da SpaceX? Você tem que conhecer alguém

Cientista tcheco analisa dependência de combustíveis fósseis

Como a energia determinou o progresso

Nova biografia mostra casos em que Luiz Gama exerceu papel fundamental na libertação de centenas de escravizados

A trajetória de Luiz Gama, que foi vendido pelo pai para ser escravizado, mas se tornou um dos maiores juristas do Brasil

Após se apaixonar pelo fenômeno, paranaense Marco Brotto montou sua própria operadora de viagens em 2019

O ‘caçador’ de aurora boreal: quem é o brasileiro que já levou mais de mil pessoas ao Ártico para ver o fenômeno