Os bancos portugueses “ainda têm um nível elevado” de exposição a títulos de dívida pública, mas “por enquanto a situação parece controlável”, considera um relatório da DBRS Morningstar esta segunda-feira divulgado.

Os bancos portugueses ainda mantêm uma exposição significativa a títulos cotados no mercado. O aumento dos ‘spreads’ das dívidas soberanas teve um impacto no valor justo das reservas e nos rácios de capital de alguns bancos portugueses no primeiro trimestre de 2022, embora o impacto, por enquanto, pareça controlável”, afirmou Nicola De Caro, vice-presidente sénior da equipa das Instituições Financeiras Globais da DBRS Morningstar, citado no relatório.

No relatório Portuguese Banks: An Analysis of Sovereign and Other Debt Exposures, esta segunda-feira divulgado, a DBRS Morningstar refere que o aumento acentuado da inflação e o “aperto” da política monetária pelo Banco Central Europeu (BCE) e por outros bancos centrais tem provocado um aumento dos juros das dívidas soberanas europeias”, mais notório em alguns países europeus, mas que os “spreads”‘ diminuíram desde o anúncio do BCE em 15 de junho.

“Os grandes bancos portugueses têm exposições significativas a dívidas soberanas em cerca de 56.000 milhões de euros, incluindo títulos de dívida e empréstimos, ou 18% do total dos ativos no final de 2021″, indica a DBRS, precisando que “as exposições internas representam 41% da exposição total, ou 7,7% dos ativos totais, enquanto a exposição restante é composta por dívidas soberanas espanhola, italiana, polaca e irlandesa”.

A DBRS afirma que “desde 2018 os bancos portugueses têm efetuado alterações da designação contabilística de alguns títulos de dívida, o que levou a uma redução significativa das exposições contabilizadas ao justo valor, enquanto os títulos de dívida contabilizados ao custo amortizado aumentaram significativamente, resultando num menor impacto nos rácios de P&L [‘profit and loss’] e capital”.

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