Política
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Por Vandson Lima e Renan Truffi, Valor — Brasília


A adesão maciça do MDB é o principal fator que permitiu que o requerimento para abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MEC alcançasse o número necessário de apoios. Se de fato instalado, o colegiado vai investigar suspeitas de corrupção no Ministério da Educação durante a gestão de Milton Ribeiro.

Praticamente um terço dos senadores que assinaram o pedido (9 de 31 signatários) é do MDB.

De toda a bancada do partido no Senado, composta por 12 integrantes, apenas três não assinaram até o momento: Fernando Bezerra Coelho (PE), que foi líder do governo de Jair Bolsonaro; Jader Barbalho (PA), que é pai do governador do Pará, Hélder Barbalho, candidato à reeleição; e Rose de Freitas (ES), alvo de uma polêmica no início da coleta de assinaturas, em abril. O nome dela constou entre os signatários, mas a senadora alegou não ter assinado e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do pedido, mostrou que a inclusão de seu nome havia sido requerida por meio do sistema interno do Senado, o que só poderia ter sido feita pela própria senadora ou por seu gabinete.

As assinaturas de emedebistas ganharam velocidade após a adesão do líder da bancada, Eduardo Braga (AM), que ocorreu no mesmo dia da prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, na semana passada. Relator da CPI da Covid, no ano passado, o senador Renan Calheiros (AL) já mandou avisar que, se a CPI do MEC vingar, ele vai cancelar seu afastamento de quatro meses do cargo e retornar ao Senado para participar.

Líder da Oposição no Senado, Ranfolfe Rodrigues (Rede-AP) e outras lideranças políticas, protocolam o pedido de CPI — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
Líder da Oposição no Senado, Ranfolfe Rodrigues (Rede-AP) e outras lideranças políticas, protocolam o pedido de CPI — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

Se o MDB adotou posição majoritária pró-CPI, o PSD, que também conta com 12 integrantes e divide o posto de maior bancada do Senado, está no polo oposto. Apesar de não fazer parte do governo Bolsonaro, o partido só deu uma assinatura para a criação da comissão, a do senador Omar Aziz (AM).

Nos bastidores, senadores da oposição ventilaram a expectativa de que três nomes pudessem aderir: Nelsinho Trad (MS), Otto Alencar (BA) e Alexandre Silveira (MG), este último um aliado muito próximo do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Na coletiva de imprensa, Randolfe Rodrigues chegou a citar o nome de Trad, líder do partido.

Questionado pelo Valor, Trad negou qualquer intenção de apoiar a CPI, assim como qualquer tratativas para que outros integrantes da sigla façam isso. “O PSD é pautado por sua independência e dentro da bancada há opinião divergente sobre o tema. Enquanto líder, defendi que os órgãos de controle responsáveis já investigam as denúncias e o fato de estarmos em um ano de eleições pode conferir à comissão um viés eleitoreiro. Respeitando e compreendendo o voto divergente que temos, não poderia deixar de reconhecer o apoio de 11 colegas senadores que compreenderam nossa posição”, disse.

Senadores podem retirar ou acrescentar assinaturas até a meia-noite do dia em que o requerimento de criação da CPI for lido em plenário. A leitura, atribuição de Pacheco, é procedimento necessário para instalação da comissão, mas não tem prazo estabelecido para ser feito.

A adesão de membros do PSD praticamente eliminaria qualquer chance de o Palácio do Planalto articular uma retirada de assinaturas suficiente para derrubar a CPI.

Mas, mesmo sem estes, a tarefa dos governistas não é fácil: com 31 signatários, o governo precisa convencer cinco senadores a mudar de posição para que o pedido perca o número mínimo, de 27 assinaturas, para prosseguir.

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