O bilionário Elon Musk comprou o Twitter por US$ 54,20 por ação, o que representa um negócio de US$ 44 bilhões. O preço por papel representa um prêmio de 38% ante a cotação de 1 de abril, um dia antes de o fundador da Tesla e da SpaceX anunciar o interesse em comprar a mídia social.
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Após a aquisição, aprovada por unanimidade pelo conselho de administração, Musk vai fechar o capital da plataforma de rede social de 16 anos, que se tornou ponto central na discussão sobre a liberdade de expressão online.
Segundo analistas, o Twitter deve ter sua política de moderação de conteúdo revista. Musk já declarou ser contra qualquer tipo de marcação de conteúdo indevido ou de suspensão de publicações, sob o argumento de que defende a liberdade de expressão. E sua proposta de compra do Twitter foi saudada por políticos americanos de direita.
Em sua conta na rede social, Musk escreveu que “a liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento, e o Twitter é a praça da cidade digital onde são debatidos assuntos vitais para o futuro da humanidade”.
Ele acrescentou que quer tornar o Twitter melhor do que nunca, aprimorando o produto com novos recursos, tornando os algoritmos de código aberto para aumentar a confiança, derrotando os bots de spam e autenticando todos os humanos, dizendo ainda que o Twitter tem um tremendo potencial.
Após a confirmação da venda da empresa, a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está preocupado com o poder das empresas de mídia social.
“Não importa quem possui ou administra o Twitter, o presidente muito se preocupa com o poder das grandes plataformas de mídia social. Com o poder que elas têm sobre nossas vidas cotidianas”, declarou Psaki.
A secretária da Casa Branca disse ainda que Biden “argumenta há muito tempo que as plataformas de tecnologia devem ser responsabilizadas pelos danos que causam”.
A aquisição se deu por meio de uma oferta hostil — ou seja, não solicitada nem comunicada previamente aos acionistas —, que a princípio foi rechaçada pelos executivos da rede social. A empresa chegou a adotar um mecanismo, conhecido como 'poison pill' (ou pílula do veneno, numa tradução livre), para dificultar sua compra. Por esse mecanismo, caso houvesse compra de 15% ou mais das ações do Twitter no mercado, sem aprovação prévia do conselho de administração da companhia, a parte que assumisse o controle da empresa pagaria um valor extra aos acionistas atuais.
O clima nas negociações mudou no último fim de semana, após Musk ter conseguido um financiamento de US$ 46 bilhões para viabilizar sua oferta. Antes, o homem mais rico do mundo havia levado três 'nãos' em tentativa de obter crédito para comprar o Twitter.
Musk assegurou US$ 25,5 bilhões em dívida e empréstimos de margem e ofereceu US$ 21 bilhões em compromisso de capital.
“O conselho [da empresa] conduziu um processo cuidadoso e abrangente para avaliar a proposta de Elon com foco deliberado em valor, certeza e financiamento. Acreditamos que é o melhor caminho a seguir para os acionistas do Twitter”, disse o presidente do conselho, Bret Taylor.
Já o presidente da companhia, Parag Agrawal, disse que o Twitter tem um propósito e relevância que impacta o mundo inteiro. “Profundamente orgulhoso de nossas equipes e inspirado pelo trabalho que nunca foi tão importante”, declarou.
O negócio deve ser concluído ainda este ano e está sujeito à aprovação dos acionistas.
As ações do Twitter fecharam em alta de 5,66% na bolsa de Nova York, cotadas a US$ 51,70. O volume financeiro foi mais que o dobro do movimentado na sexta-feira, somando US$ 172,6 milhões. Após os ganhos de hoje, as ações do Twitter acumulam valorização de quase 20% em 2022.
Já as ações da Tesla recuaram 0,70% na Nasdaq, a US$ 998,02, com investidores preocupados com a atenção do executivo à fabricante de veículos elétricos após a compra do Twitter.