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Por Taís Hirata, Valor — São Paulo


Em um leilão sem concorrentes nem surpresas, a Bamin, subsidiária do grupo Eurasian Resources Group (ERG), do Cazaquistão, venceu a concessão da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), com o lance mínimo de R$ 32,7 milhões.

A companhia deverá operar por 35 anos o primeiro trecho da via, de 537 km entre Caetité (BA) e Ilhéus (BA). Ao todo, estão previstos R$ 3,3 bilhões de novos investimentos ao longo dos 35 anos de contrato. Desse total, R$ 1,6 bilhão deverá ser empregado na conclusão da via, que começou a ser construída pela Valec. Ainda restam cerca de 25% das obras. Além dos investimentos, os custos operacionais do contrato são estimados em R$ 2,55 bilhões.

Além da outorga inicial, a empresa deverá fazer, até o fim do contrato, pagamentos trimestrais de outorga variável, equivalentes a 3,43% da receita operacional bruta da ferrovia em cada período.

A Bamin já vinha sendo apontada como principal interessada na ferrovia desde a concepção do projeto, porque opera a Mina Pedra de Ferro, em Caetité. O desenvolvimento da mina de minério de ferro, porém, depende da conclusão da ferrovia, para que o minério possa ser escoado – da mesma forma, esse primeiro trecho da via depende da carga da Bamin para se tornar viável do ponto de vista econômico. A expectativa da Bamin é que a mina produza até 18 milhões de toneladas por ano.

Outro item essencial para a viabilidade da Fiol é o Porto Sul, em Ilhéus. Hoje, a Bamin já está construindo um Terminal de Uso Privado (TUP) no local, justamente para escoar sua produção.

O traçado da Fiol e a construção da Mina Pedra de Ferro também enfrentam críticas de ambientalistas, que avaliam que o projeto poderá impactar a biodiversidade no Sul da Bahia e poluir a região da mina.

O governo federal planeja fazer outros dois trechos da Fiol: entre Caetités e Barreiras (BA), um tramo já em construção pela Valec; e entre Barreiras (BA) e Figueirópolis (TO), onde haveria ligação com o tramo central da Ferrovia Norte-Sul, operado pela Rumo. Este último trecho ainda não começou a ser construído.

Em discurso logo após a vitória, o presidente da Bamin, Eduardo Ledsham, comemorou a vitória.

“Hoje estamos encurtando a distância entre o presente o o futuro do desenvolvimento da Bahia e do país. Esse trecho consolida três pilares que são fundamentais pro crescimento do país: a mineração, o agronegócio e a logística. Isso só é possível pela persistência dos acionistas, que estão investindo no Brasil há mais de 16 anos”, disse.

O executivo também afirmou que a Bamin pretende fazer todos os investimentos com seu próprio caixa. “Todos os compromissos serão bancados por recursos próprios”, disse.

Em relação à comprovação técnica para a operação da via, ele afirma que a empresa tem profissionais capacitados para este primeiro momento e que a controladora da Bamin, a Eurasian Resources Group (ERG), do Cazaquistão, opera ferrovias globalmente.

“Temos nos capacitado há muitos anos. Temos acompanhado a Fiol. Temos profissionais na casa com competência comprovada. À medida que a demanda [por profissionais] for crescendo, o mercado brasileiro é um celeiro de profissionais formados por Rumo, MRS, VlI, acho que Brasil vai suprir essa demanda. Em adição, grupo ERG é o maior operador de ferrovias na Ásia Central”, afirmou.

No mercado, há ainda a expectativa de que a Fiol possa, no futuro, se interligar com a Ferrovia de Integração Centro Oeste (Fico), que será construída do outro lado da Norte-Sul – a princípio, entre o Mato Grosso e Goiás. Grupos defendem que as duas ferrovias, Fico e Fiol, tenham uma interligação direta, o que criaria um novo corredor de escoamento de grãos, do Mato Grosso até a Bahia. Porém, essas perspectivas ainda são muito incertas e não há nada definido - pelo contrário, hoje o traçado previsto não formaria uma ligação direta das vias.

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