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Por Beth Koike, Valor — São Paulo


Há dois anos, no evento Brazil at Silicon Valley, que reúne grandes nomes da área de inovação na Califórnia, André Esteves e Roberto Sallouti, sócios do BTG Pactual, ouviram um investidor estrangeiro dizer que não colocava dinheiro no Brasil porque a quantidade de engenheiros com capacidade de liderança não era suficiente. A argumentação do investidor foi o “start” para que ambos criassem uma faculdade que pretende formar líderes capacitados em tecnologia.

O projeto começou a ser desenhado há cerca de dois anos, logo após Esteves e Sallouti voltarem do evento nos Estados Unidos. A família Esteves doou R$ 200 milhões para investimentos na etapa pré-operacional da faculdade, batizada de Inteli - Instituto de Tecnologia e Liderança. As aulas estão previstas para começar em fevereiro de 2022, num campus de 9 mil metros quadrados na capital paulista. A nova faculdade, que tem apoio institucional do BTG Pactual, abre com 250 vagas e a meta de ter 1 mil matriculados até 2025. O valor da mensalidade ainda não está definido.

André Esteves  — Foto: Claudio Belli/Valor
André Esteves — Foto: Claudio Belli/Valor

A ideia dos banqueiros é ter no Brasil uma escola de negócios como há na Universidade de Stanford, na Califórnia, e outras americanas, com apoio de empresários e hubs de tecnologia no seu entorno. “Queremos atrair os alunos das melhores escolas privadas e os estudantes da periferia que querem empreender, que pensam fora da caixa. Para este último grupo, vamos criar um fundo com doação de empresários” disse Sallouti, que tem vasta experiência com fundos patrimoniais (endowments) ao arrecadar recursos para alunos carentes estudarem na Graded School, em São Paulo. “É importante que os alunos [da faculdade] tenham essa convivência social”, complementou o CEO do BTG Pactual.

Além da diversidade social, a nova instituição de ensino quer desenvolver outras competências como liderança e resiliência que, normalmente, não são ministradas em sala de aula, e sim em estágios ou no mercado de trabalho. A graduação de quatro anos será orientada em projetos reais por meio de parcerias com empresas e ONGs que vão apresentar suas demandas. “Estamos realizando cursos pilotos. O primeiro deles teve duração de dez semanas e um projeto era desenvolver um software capaz de medir aglomeração de pessoas”, contou Maíra Habimorad, diretora-executiva do Inteli. Maíra veio do Ibmec para tocar a nova faculdade, que inicialmente terá quatro cursos: engenharias da computação e de software, ciência da computação e sistemas de informação.

Roberto Sallouti — Foto: Claudio Belli/Valor
Roberto Sallouti — Foto: Claudio Belli/Valor

Além de Maíra, já foram contratados professores com experiência no mercado e academia. Ela pondera que o objetivo é ser uma instituição de ensino com forte bagagem acadêmica e que proporciona experiência do mercado de trabalho. “O Inteli nasceu da necessidade que o país tem de se tornar mais relevante no desenvolvimento de tecnologia. Queremos formar futuros líderes e para isso vamos oferecer um ensino que vai além da computação, integrando ao currículo disciplinas como empreendedorismo, economia de mercado, estado de direito e sustentabilidade. Será a primeira faculdade de tecnologia baseada em projetos do Brasil”, disse André Esteves, sócio sênior do banco, que estudou ciência da computação na UFRJ.

“Não criamos o Inteli para suprir a carência de programadores, profissionais de tecnologia para o banco. Para isso, seria mais simples dar um curso tecnológo. A proposta é muito maior, é para o país”, complementou Sallouti.

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