Finanças
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Por Álvaro Campos, Valor — São Paulo


O BTG Pactual anunciou nesta segunda-feira a aquisição de 100% do capital social da Órama DTVM, uma das principais distribuidoras independentes do Brasil, por R$ 500 milhões. A aquisição faz parte da estratégia de expansão dos canais digitais do banco e acirra ainda mais a competição entre plataformas de investimento. Em agosto, o banco já havia comprado a Magnetis, e nos últimos anos adquiriu uma série de empresas, como Ourinvest, Necton, Fator, EQI, Empiricus e outras.

“Estamos muito animados com a aquisição, que vai possibilitar aos clientes Órama acesso à plataforma completa do BTG”, disse Marcelo Flora, sócio responsável pelas plataformas digitais do BTG. Em entrevista recente ao Valor, ele havia avaliado que o banco foi muito bem-sucedido em construir uma capacidade própria de distribuição, com quase 15 aquisições desde 2014, quando começou a investir na sua plataforma de investimentos digital.

A Órama tem mais de R$ 17,9 bilhões em ativos sob custódia e 360 mil clientes. Segundo o executivo, o negócio vai trazer ainda mais ganhos de escala e ampliar a base de clientes, proporcionando diluição de custos fixos, ganhos de eficiência, sinergia e produtividade.

Fundada por Selmo Nissenbaum, Guilherme Horn, Roberto Rocha e Habib Nascif, a Órama foi oficialmente lançada ao mercado em 2011 como a primeira plataforma do Brasil dedicada exclusivamente à distribuição de fundos de investimentos. Em 2014 passou também a distribuir produtos de renda fixa, e em 2018 foram incorporados produtos de renda variável e previdência. Rocha e Nissenbaum também foram os fundadores da Ágora, depois vendida ao Bradesco.

Com 370 funcionários e 300 assessores de investimentos registrados na Associação Nacional das Corretoras de Valores (Ancord), a Órama está presente no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 2021, chegou a estudar a ideia de fazer uma rodada de capitalização de até R$ 500 milhões, mas acabou desistindo do processo, e os próprios sócios colocaram R$ 100 milhões. Na ocasião, vislumbrava a possibilidade de um IPO, enquanto reforçava o viés tecnológico e as parcerias. No ano passado, fez acordo com o Mercado Pago, banco digital do Mercado Livre, para criar uma plataforma de investimentos.

Entre os principais acionistas da Órama, que vendem agora a totalidade de suas participações, estão a Rede D’Or, que incorporou os 25% adquiridos pela SulAmérica em 2019, e a Globo Ventures, que havia comprado uma fatia de 25% em 2017.

“Com o acordo, os clientes Órama continuarão a ter acesso a produtos e serviços de qualidade, com o selo de solidez e credibilidade do BTG. Na outra ponta, além da gestora, os controladores vão focar no que chamamos de ‘investment as a service’ (IaaS), conjunto de soluções que atendem a varejistas e demais empresas, de diversos setores, que buscam oferecer investimentos aos seus clientes”, afirma Nascif, que além de um dos fundadores é CEO da Órama.

Em 2019, quando a SulAmérica entrou no capital, a Órama havia sido avaliada em R$ 400 milhões, o que significa que o “valuation” cresceu apenas 25% em quatro anos. Fontes do mercado, entretanto, apontam que o acordo atual não inclui a parte de gestão de fundos e o IaaS, que se tornou um foco grande da companhia recentemente. “A Órama vinha dobrando de tamanho nos últimos anos, depois sofreu um pouco em 2022, assim como a indústria como um todo. Os múltiplos de tecnologia sofreram ajustes no mundo inteiro”, comenta um interlocutor. Não está claro quanto essas duas áreas que ficaram de fora da transação respondem pelo faturamento do grupo.

A aquisição acirra ainda mais a briga no segmento de plataformas de investimento. No segundo trimestre, o BTG tinha R$ 768 bilhões em ativos sob gestão na área de asset management. Em wealth, eram mais R$ 630 bilhões. Já a XP tinha R$ 1,024 trilhão em ativos de clientes, sem contar a aquisição do banco Modal, concluída em julho.

Segundo pesquisa do Bank of America (BofA), com dados da Sensor Tower, o grupo XP tinha em junho 4,0 milhões de usuários mensais, e o BTG, 1,4 milhão. Nubank e Genial têm bases menores, mas significativas, enquanto a Guide está em um patamar inferior. “O mercado realmente está muito competitivo. O cliente da Órama tem um perfil de mais alta renda que casa com o BTG, mas eles não tinham essa parte de banking, então é uma boa complementação”, aponta um executivo do setor.

Em entrevista ao Valor em agosto, Flora comentou que “a distribuição de produtos financeiros foi dominada, durante muitas décadas, por alguns poucos grandes bancos de varejo que tinham uma rede de agências numerosa”. Segundo ele, o BTG acabou se especializando na originação de produtos, mas faltava a distribuição, lacuna essa que foi sendo fechada nos últimos anos com a construção da plataforma digital.

Marcelo Flora, sócio responsável pelas plataformas digitais do BTG — Foto: Carol Carquejeiro/Valor.
Marcelo Flora, sócio responsável pelas plataformas digitais do BTG — Foto: Carol Carquejeiro/Valor.
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