Política
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Por Andrea Jubé e João Valadares, Valor — Brasília


O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), disse em entrevista ao Valor que existem estudos em andamento para a construção de um novo aeroporto próximo à cidade de São Paulo. Ele adiantou que a meta da pasta para os próximos quatro anos é construir em torno de 100 novos aeroportos, entre novas instalações e requalificação dos terminais já existentes a fim de ampliar a aviação regional no país. O investimento estimado para essas obras é de R$ 4 bilhões.

Sobre eventual novo aeroporto próximo da capital paulista, Costa Filho afirmou que vai procurar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que também é do Republicanos, conversar com as companhias aéreas, e com os aeroportos que tocam a agenda aeroportuária da Estado para discutir a necessidade da obra.

“Para a gente poder fazer uma avaliação se será preciso agora um novo aeroporto, ou daqui a cinco ou dez anos”, revelou. Ele acrescentou que a expectativa é de que nos próximos cinco anos haja um crescimento de 5% a 10% na aviação nacional. “Inegavelmente, vai ser preciso a ampliação de novos aeroportos no Brasil”, enfatizou.

No entanto, o ministro alega que no momento não existe a necessidade de um novo aeroporto na capital. "Mas estamos fazendo uma avaliação e conversando com o governo do Estado e naturalmente com outros aeroportos."

A capital abriga o aeroporto de Congonhas, que está operando com a capacidade limitada. Na cidade vizinha de Guarulhos, opera o maior aeroporto do país, o Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro. Congonhas tornou-se o segundo aeroporto mais movimentado do país, depois de absorver rotas domésticas de Guarulhos.

Ele também confirmou que o presidente da Infraero, Rogério Barzellay, continuará no cargo. Nos próximos dias eles vão se reunir para desenhar uma agenda aeroportuária, que vai desde a melhoria dos aeroportos até os investimentos em novas instalações.

Galeão

O ministro também disse que quer construir com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e outras autoridades envolvidas no tema, uma solução definitiva para fortalecer o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão. Ambos se reúnem no dia 2 de outubro na capital fluminense.

“Não vou dar nenhum passo sem ouvir o Paes, que é alguém que tem defendido a importância do Galeão para o Rio”, disse o ministro.

Ele acrescentou que quer construir uma proposta “definitiva”, para dar “previsibilidade” ao turismo, às companhias aéreas, e ter um desenho completo da operação do terminal para os próximos cinco anos.

Ele adiantou que já se reuniu com Latam, Gol e Azul, e espera uma proposta das companhias sobre a operação no Galeão. Ele citou que já existe uma decisão sobre um fluxo de pelo menos 10 milhões de voos num raio de 400 quilômetros.

Em outubro, entra em vigor uma limitação no número de passageiros no aeroporto Santos Dumont, determinada pelo governo federal, que deve aumentar o fluxo de passageiros no Galeão. A partir de janeiro de 2024, o terminal central do Rio só poderá ter voos para Congonhas, em São Paulo; para o aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte; e para Vitória, no Espírito Santo.

 — Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
— Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Preço das passagens aéreas

Costa Filho disse que está buscando alternativas para reduzir os preços das passagens aéreas. Acrescentou que até o fim de novembro, pretende lançar o programa “Voa Brasil”, que havia sido anunciado por seu antecessor na pasta, Márcio França (PSB), e adiantou que o “Voa Brasil Internacional” está em gestação.

Segundo o ministro, o custo anual em média da passagem com destino nacional é de R$ 635. Ele disse que está dialogando com os ministérios de Minas e Energia, Casa Civil, do Turismo e com a Petrobras para saber se é possível atuar pela redução do preço do querosene da aviação. Ele explicou que na Europa e nos Estados Unidos, em média, o custo do querosene da aviação é em torno de 22% do custo do voo. No Brasil, esse valor sobe para 40% do custo da operação.

Outro foco é diminuir taxas operacionais. Segundo o ministro, 90% das ações judiciais contra as companhias aéreas no mundo estão no Brasil. Isso porque o brasileiro tende a processar as empresas, e isso se reflete no custo de operação das companhias.

Já o programa “Voa Brasil”, desenvolvido em parceria com o Ministério do Turismo, viabilizará a oferta de passagens aéreas a R$ 200, inicialmente, a aposentados e pensionistas. Posteriormente, ele apresentará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a versão internacional do programa.

Para garantir a oferta a preço reduzido, a ideia é gerenciar as passagens ociosas das companhias, sobretudo dos voos fora da alta temporada. A iniciativa deve oferecer de 50 mil a 1,5 milhão de passagens por mês.

Ele quer estimular que mais brasileiros viajem de avião, porque de uma média de 100 milhões de passagens vendidas anualmente, apenas 18% são compradas por pessoas físicas.

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